Um romance poderoso e áspero sobre uma família, um apartamento caótico e as dolorosas descobertas da adolescência.

Idílica, caótica, nostálgica, improvável. Os contos reunidos neste livro mostram Copacabana como você nunca viu. Nova edição do livro de estreia da autora do romance Os tais caquinhos, com apresentação de Letrux e Arthur Braganti. (publicado orginalmente pela Cosac Naify, em 20212)
É para tratar desse tema complexo que a Granta O Outro reuniu autores consagrados e em ascensão, de idiomas e gerações variados: César Aira, Olavo Amaral, Adam Dalva, Isabela Figueiredo, Marta Hugon, Janet Malcolm, Ernesto Mané, Natércia Pontes, Valério Romão, Ali Smith, Teresa Veiga, Aparecida Vilaça, Francesca Wade. Os ensaios fotográficos são de Mag Rodrigues e Eduardo Viveiros de Castro (responsável também pela imagem de capa)
Há, em Contos Brutos, um sentimento de anomia. O indivíduo, em conflito íntimo, encontra dificuldade para adequar-se às exigências autoritárias, sejam elas  externas ou provocadas (pasme) por ele mesmo. As narrativas também se espraiam por jogos de poder, violência, pelas discussões de feminino e masculino e do papel do ser humano enquanto ser vivente e desejante. Como escreveu o filósofo Michel Foucault, o poder não é algo localizado nas instituições, mas construído a partir de uma microfísica articulada entre Estado e estrutura social. Existem, portanto, a dimensão humana e a dimensão política do poder, da autoridade e, consequentemente, do autoritarismo. Em busca da compreensão dessas esferas, trabalha a Literatura. Não por que possa traduzir ipsis literis a realidade – o espaço literário, como bem pontuou o teórico E. M. Forster, é mais fruto das regras internas da linguagem do que uma mimese do mundo. No entanto, a potência da palavra torna possível exagerar, diminuir, alterar, sobressair, de forma que aquilo que no mundo é enevoado torna-se, não raro, claro sob a luz da Literatura. É como se a Literatura partisse dos objetos e ações do mundo para vivificá-los e tirá-los de sua sonolência e/ou negação. É o que acontece em Contos Brutos. Velado, nu, ambíguo, cru, o autoritarismo vem para o centro da narrativa para que possamos dissecá-lo, esmiuçá-lo, entender seus símbolos, seus vetores (ou quem sabe até reconhecê-lo em nós mesmos). Se calhar, vale até deixar o livro distraidamente sobre a mesa de centro daquele parente com quem você brigou no Natal passado.
Reunindo jovens e veteranos da ficção brasileira – Raphael Montes, Luisa Geisler, Rubem Fonseca, Natércia Pontes, Leticia Wierzchowski, Cecilia Giannetti e Emiliano Urbim –, a coletânea de contos para jovens Heróis urbanos desconstrói o arquétipo do herói presente na cultura pop, com uma galeria de personagens cheios de complexidade e contradições saídos do cotidiano urbano. Desprovidos de poderes especiais, os protagonistas dessas histórias narradas em linguagem crua vagam anônimos pelas metrópoles contemporâneas, colocando em xeque o bom e o mau, o certo e o errado, o heroísmo e a vilania, como uma cabeleireira que lida com o surgimento de um serial killer numa favela, ou uma garota precoce que gerencia um negócio inusitado na escola.
São diversos contos de autoras cearenses diferentes, como Diana Melo, Elisângela Teixeira, Sirlaney, Virna Teixeira, Mariana Marques, entre outras, contados em uma semana, com apresentação de Tércia Montenegro. Foi lançado em 2006 no Ideal Clube, em Fortaleza. Organização Natércia Pontes.
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